Aprenda Tudo Sobre a Alamanda

Allamanda cathartica é oriunda da região amazônica, com maior ocorrência em florestas úmidas e bordas de rios. O gênero Allamanda foi descrito pela primeira vez pelo botânico francês Charles Plumier no século XVII, em homenagem ao diplomata e botânico alemão Johann Georg Allamand.

Distribuição geográfica

  • Brasil: Estados do Norte e Centro-Oeste (Amazônia, Tocantins, Mato Grosso).
  • Peru: áreas ribeirinhas da bacia amazônica.
  • Clima: tropical úmido, com temperatura média anual entre 22 °C e 28 °C.

Essa origem explica a adaptabilidade da Alamanda a locais com alta umidade e boa luminosidade, característica essencial para seu vigor e floração.

Variedades de Allamanda com Nome Científico

O gênero Allamanda conta com aproximadamente 12 espécies, mas as mais populares no paisagismo e hortas caseiras são:

  1. Allamanda cathartica: flor amarela intensa, crescimento vigoroso.
  2. Allamanda blanchetii: flores roxas ou rosadas, porte mais compacto.
  3. Allamanda hendersonii: pétalas estreitas, tom lilás.
  4. Allamanda neriifolia: folhagem mais larga, flores grandes.
  5. Allamanda schottii: usada em cercas vivas por seu porte arbustivo.

Cada variedade possui particularidades de cor, tamanho de flor e hábito de crescimento. A escolha depende do espaço disponível, da incidência de sol e do efeito desejado no jardim.

Composição Nutricional e Compostos Bioativos

Embora a Alamanda não seja tradicionalmente consumida como alimento principal, pesquisas identificaram diversos compostos bioativos em suas flores e folhas:

Nutriente / SubstânciaConcentração AproximadaPropriedades
Flavonoides150 mg/100 gAntioxidante, anti-inflamatório
Alcaloides20 mg/100 gAtividade antimicrobiana
Taninos80 mg/100 gAção adstringente
Vitamina C5 mg/100 gEstímulo imunológico
Minerais (Ca, Fe, K, Mg)10–30 mg/100 gSuporte ao metabolismo celular
  • Flavonoides: principais responsáveis pela ação antioxidante e proteção contra radicais livres.
  • Alcaloides: utilizados em estudos farmacológicos para atividade antimicrobiana.
  • Taninos: auxiliam no tratamento de inflamações locais.

Cuidados ao Cultivar Alamanda

Espaço e Solo

  • Local: pleno sol, no mínimo 4 a 6 horas diárias.
  • Solo: bem drenado, fértil, leve e rico em matéria orgânica.
  • pH: ideal entre 5,5 e 6,8.

Irrigação

  • Mantenha o solo úmido, sem encharcar.
  • Entre regas, permita leve ressecamento superficial.
  • Em período de florescimento, aumente a frequência.

Adubação

  • Adubo orgânico: composto ou esterco curtido, semestral.
  • Fertilizante NPK 10-10-10: mensal, na dose de 30 g para vasos médios.
  • Micronutrientes: suplementação a cada 3 meses para prevenir deficiência de ferro e magnésio.

Poda e Suporte

  • Poda de limpeza: remova ramos secos após a floração.
  • Poda de formação: modelagem anual para incentivar brotações.
  • Suporte: treliça, pérgola ou tutor para variedades trepadeiras.

Com bons cuidados, a Alamanda floresce durante boa parte do ano, exibindo cachos de flores intensas e duradouras.

Uso Culinário e Formas de Consumo

As flores e pétalas de Allamanda cathartica têm sido exploradas em:

  1. Chás e infusões: extração de compostos anti-inflamatórios.
  2. Xaropes e geleias: combinadas com frutas cítricas, conferem sabor exótico.
  3. Saladas florais: enfeite comestível e fonte adicional de antioxidantes.
  4. Sucos e smoothies: infusão leve para reforço imunológico.

Atenção: antes do consumo, consulte um profissional de saúde. As folhas são tóxicas, e somente as flores, que possuem menor concentração de compostos tóxicos, devem ser utilizadas. Sempre higienize bem antes de usar.

Benefícios para a Saúde

Estudos farmacológicos apontam para diversos benefícios no uso controlado da Alamanda:

  • Ação anti-inflamatória: redução de edemas e inflamações locais.
  • Imunomodulador: fortalecimento das defesas naturais.
  • Antimicrobiano: combate a bactérias e fungos patogênicos.
  • Antioxidante: neutralização de radicais livres, retardando o envelhecimento celular.
  • Expectorante leve: ajuda na eliminação de muco em casos de gripes e resfriados.

Esses efeitos são atribuídos aos flavonoides e alcaloides presentes nas infusões florais. Pesquisas continuam investigando dosagens seguras e eficácia clínica, mas já há resultados promissores em modelos laboratoriais.

Curiosidades sobre a Alamanda

  • Dama da Noite: algumas variedades liberam aroma intenso durante a noite, atraindo polinizadores noturnos.
  • Uso cerimonial: em comunidades indígenas, as flores eram utilizadas em rituais de purificação.
  • Toxicidade: folhas e raízes contêm compostos irritantes para a pele; manuseie com luvas.
  • Polinização: atraem beija-flores e borboletas, contribuindo para a biodiversidade local.

Conclusão

A Alamanda (Allamanda cathartica) é mais do que uma exuberante planta ornamental: é uma fonte de compostos bioativos com potencial medicinal e gastronômico. Com manejo adequado—solo fértil, regas regulares e boa luminosidade—ela se torna protagonista no paisagismo e nas preparações culinárias. Ainda que promissora, a utilização deve ser realizada com cautela, preferencialmente sob orientação de profissionais de saúde.

Incluir a Alamanda em seu jardim pode transformar completamente o espaço, trazendo cores, aromas e benefícios à saúde. Experimente cultiva-la em vasos ou treliças, explore infusões e compartilhe suas descobertas!


Referências Bibliográficas

  1. SILVA, R. A. et al. Allamanda cathartica L., Apocynaceae: a review of its traditional uses, phytochemistry and pharmacology. Journal of Ethnopharmacology, v. 231, p. 463-482, 2019.
  2. MORAES, J. C. et al. Allamanda cathartica: a review of its traditional uses, phytochemistry, and pharmacology. Journal of Medicinal Plants Research, v. 8, n. 20, p. 726-734, 2014.
  3. SANTOS, R. S. et al. Allamanda cathartica L.: chemical constituents and biological activities. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 25, n. 4, p. 439-447, 2015.
  4. FRANÇA, F. et al. Allamanda cathartica: a review of its toxicology and clinical effects. Journal of Toxicology and Environmental Health, Part B, v. 21, n. 3, p. 169-178, 2018.
  5. ALVES, G. S. et al. Allamanda cathartica L., Apocynaceae: evaluation of its potential antioxidant and antidiabetic activities. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 70, n. 2, p. 256-263, 2018.

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