Aprenda Tudo Sobre a Melaleuca

A melaleuca é muito mais do que uma simples árvore ornamental: ela carrega séculos de uso tradicional, adaptações extraordinárias ao fogo e um óleo essencial – o famoso tea-tree – com propriedades medicinais reconhecidas mundialmente.

Ao longo deste artigo, você descobrirá os nomes populares que marcam seu uso cultural, as diferenças entre suas espécies científicas, onde florescem, como são suas flores, além de mitos que atravessam gerações e curiosidades que vão surpreender até os entusiastas mais experientes. Convidamos você a mergulhar neste universo botânico e, ao final, conhecer nosso grupo exclusivo de WhatsApp para trocar dicas de jardinagem.

Nomes populares

Melaleuca é conhecida por diversos nomes que ressaltam suas características:

  • Paperbark (casca que se desgruda em lâminas)
  • Honey-myrtle (pequenas espécies com flores melíferas)
  • Bottlebrush (semelhança das flores com escovas de garrafa)
  • Tea-tree (principalmente M. alternifolia, usado como substituto de chá pelos marinheiros)
  • Punk-tree ou niaouli (aplicados a algumas espécies no Pacífico Sul)

Espécies científicas

O gênero Melaleuca, estabelecido por Linnaeus em 1767, reúne quase 300 espécies na família Myrtaceae. Dentre elas, Melaleuca alternifolia (tea-tree) é de maior destaque comercial e medicinal. Originalmente descrita por Joseph Maiden & Ernst Betche em 1905 como Melaleuca linariifolia var. alternifolia, foi elevada à categoria de espécie por Edwin Cheel em 1925.

O epíteto específico “alternifolia” refere-se ao arranjo alterno das folhas. Outras espécies notáveis incluem M. quinquenervia, catalogada por Cavanilles em 1797 e conhecida como broad-leaved paperbark, e M. leucadendra, usada por Linnaeus em Species Plantarum de 1753.

Localização Geográfica

As melaleucas são nativas principalmente da Austrália, com cerca de 230 espécies endêmicas ao continente. Elas ocorrem do sul de Queensland ao norte de New South Wales, estendendo-se ao litoral e regiões alagadiças, além de ilhas como Nova Caledônia e Lord Howe. M. alternifolia prefere margens de córregos e planícies pantanosas no sudeste de Queensland e litoral de New South Wales. Em outros países, algumas espécies foram introduzidas — por exemplo, M. quinquenervia invadiu pântanos da Flórida e Louisiana.

Morfologia

Melaleucas variam de pequenos arbustos de 1 m a árvores de 20 m ou mais. Sua característica mais marcante são as inflorescências em espiga ou “bottlebrush”, formadas por dezenas de flores com longos estames coloridos (branco, creme, amarelo, vermelho ou rosa).

As folhas são perenes, simples, alternas, de 1–7 cm, com glândulas oleosas visíveis que conferem aroma quando amassadas. A casca pode ser lisa e papirácea (paperbark) ou fibrosa e áspera, muitas vezes se descamando em lâminas. Os frutos são cápsulas lenhosas que retêm sementes até serem ativadas pelo fogo ou decaimento natural.

História

Há milênios, povos Bundjalung do litoral norte de New South Wales contam a lenda da princesa Eelemani, que, perdida em sua jornada de volta, recebeu dos deuses sementes de Melaleuca para iluminar seu caminho à noite, espalhando-as por onde passava.

Com o tempo, os Bundjalung descobriram que as folhas protegiam contra feridas e infecções, atribuindo às árvores um caráter mágico e protetor. No século XVIII, marinheiros da expedição de James Cook usaram as folhas como substituto do chá — daí derivou o nome “tea-tree”. No início do século XX, o químico Arthur Penfold instalou as primeiras “bush stills” em Coraki para extrair o óleo essencial; durante a Segunda Guerra, soldados britânicos o utilizaram como antisséptico nos campos de batalha.

Gastronomia

Embora as folhas de algumas espécies produzam uma infusão aromática utilizada como remédio natural, Melaleuca não é comestível como alimento – seu óleo essencial é tóxico se ingerido e usado apenas topicamente em concentrações controladas. Portanto, não há aplicações culinárias convencionais nem receitas gastronômicas envolvendo Melaleuca.

Curiosidades

  • Resiliência ao fogo: muitas espécies só liberam sementes após exposição a altas temperaturas de queimadas.
  • Etimologia: “Melaleuca” vem do grego μέλας (mélas, “preto”) + λευκός (leukós, “branco”), aludindo à casca queimada e depois branca de um dos primeiros espécimes descritos.
  • Óleo multifuncional: tea-tree oil é estudado por propriedades antivirais, fungicidas e bactericidas, usado em cosméticos e produtos de limpeza.
  • Diversidade local: o sudoeste da Austrália abriga até 200 espécies distintas em um único parque nacional.
  • Uso ornamental: popular em paisagismo por formar telas densas, atrair pássaros e resistir a solos pobres.

Junte-se à Nossa Comunidade Verde

A melaleuca impressiona por sua diversidade, adaptações extremas e relevância cultural e medicinal. Do misticismo Bundjalung ao mercado global de tea-tree oil, ela demonstra como a botânica se entrelaça a tradições ancestrais e inovações modernas. Se você busca dicas de cultivo, poda e usos na jardinagem ou deseja trocar experiências, junte-se ao nosso grupo exclusivo de WhatsApp, onde compartilhamos conteúdo aprofundado sobre Melaleuca e muitas outras espécies. Esperamos você para cultivar conhecimento e paixão pelas plantas em vasos!

Referências Bibliográficas

  1. Boland, Douglas J. Forest trees of Australia. CSIRO, 2006.
  2. Maiden, Joseph & Betche, Ernst. “Notes from the Botanic Gardens, Sydney No. 10.” Proceedings of the Linnean Society of New South Wales, 1905.
  3. Wikipedia contributors. “Melaleuca.” Wikipedia, The Free Encyclopedia, abril de 2025.
  4. Wikipedia contributors. “Melaleuca alternifolia.” Wikipedia, The Free Encyclopedia, abril de 2025.
  5. Young Living. “History of Tea Tree Essential Oil.” YoungLiving.com, 2024.

You cannot copy content of this page

WhatsApp Icon